Susana Baca: uma vida musical e o resgate da música afro-Peruana
Susana Esther Baca de la Colina, nasceu em Chorrillos, Lima, Peru, 1944. Traz por meio de sua voz-nos as sonoridades Afrodiaspora. Viveu sempre rodeada de músicos e da música negra, que por via oral, puderam manter as suas tradições ancestrais.
Família de artistas: Seu pai era guitarrista, a mãe bailarina, as tias cantoras, e os primos criaram a associação cultural afro-peruana “Peru Negro”.
Alma inquieta, mente frenética e ânsia de conhecimento. Desde pequena Suzana questionava a falta de visibilidade da pele negra na história e em seu povo. Apenas 3% da população do Peru é negra.
A família de Susana Baca vivia no bairro de Chorrillos, com praias do oceano Pacífico. Quando os parentes se reuniam, a música era de diáspora africana. E ela cantava nesse ambiente. Todos gostavam de escuta-la. Porém, a família tinha muitos receios, porque os artistas morriam de fome, no esquecimento. E as mulheres artistas eram estigmatizadas como prostitutas. Por isso, a mãe de Susana Baca nunca a incentivou a estudar Música.
Indo de contra os desejo da família, começou os seus estudos de música e formou um grupo de música experimental, que combinava música e poesia local.
Ganhou duas becas, uma do instituto “Arte Moderno del Perú” e a outra do “Instituto Nacional de Cultura Peruana“, para investigar as raízes da tradição musical Peruana.
Recuperou cantigas afro-peruanas, antes desprezadas por motivações sociais da imigração negra.
Susana Baca é muito mais do que uma grande cantora. Compositora, professora, investigadora e historiadora, chegou a ser Ministra da Cultura do seu país, ainda que por apenas 133 dias, trouxe-lhe uma maior clarividência: “Dei-me conta de uma situação muito especial no Peru, na sua relação com a América Latina, e do relevo de uma reivindicação antiga apresentada à política: os governos devem investir na Cultura, é muito importante e necessário.””.
Vencedora de dois Grammy, Susana Baca leva décadas a apresentar a música do Peru pelo mundo.