João-de-Barro
Poema por Hoff
Eu esperava mais… Acho que esse foi o meu problema.
Mas essa esperança que fez morada no meu peito, como um João-de-Barro,
não quer deixar seus pertences para trás e todo o esforço que foi construir tijolo por tijolo de confiança nesse terreno arenoso.
Eu sou a morada de um João-de-Barro teimoso, que, mesmo sem fêmea ou filhotes, resolveu morar aqui para se lembrar dos seus fracassos. Dos meus fracassos.
Para me torturar. João-de-Barro que bica minha memória incansavelmente.
Vai, João-de-Barro, morar em outro terreno, no terreno que solidificou, aquele que não lembra quem eu sou.